segunda-feira, agosto 17, 2009

“assim no céu como na terra”



emoção no fio da navalha:
ficar quieto ou fritar,
a fritar e a aquietar.

pé nu sobre a lâmina
da rocha escarpada,
no cimo e no fundo
e nunca em lado nenhum.

golpe de asa que eleva
o que a alma devia ser,
fortaleza de osso e nervo
enclausura no corpo a medula.

no divino peito coração anavalhado,
a mando de uma mente
que sabe que mente,
subjuga os andarilhos da vida,
a quem o impulso amordaça.

a luz é neblina baça intoxicante
a vontade impura, por nascer.

que o sol nasça de manhãzinha
rompa negras correntes
e derreta armas que ferem,
abençoe a luz que penetra virgem
no interno olho de cada ser.

assim, esse ser renascido,
em metamorfose estrelar
retome coração, corpo e alma
e respire.



terça-feira, agosto 04, 2009


Eu sabia que um ser morreria

e sabia que outro nasceria,

da dor da morte

surge a vontade de nascer,

pela vontade se nasce vivo

sem vontade se é eterno morto,

no desejo de quietude

inrompes na vida inteiro,

em movimento descoordenado

te atropelas e jamais acharás

a porta que em consciencia tens que abrir,

na quietude e no vazio

te elevas e preenches de verdadeira vida,

por aí valerá o esforço de morrer

e a graça de renascer vivo.